domingo, 25 de maio de 2008
A luta dos estudantes no Rio de Janeiro
Ao explicar as motivações de luta dos militantes cariocas, na década de 1960, - o que mais tarde irá culminar na Marcha dos Cem Mil - Brito destaca que, "o movimento estava se mobilizando para exigir a conclusão das obras do restaurante universitário".
O impacto desta ação militar repercutiu fortemente em meio ao movimento estudantil, não surtindo o efeito esperado pelo Governo. Ao invés de acabar com a mobilização dos estudantes, tal atitude serviu como combustível, acelerando as lutas pela retomada da democracia. Para Brito, "a morte do estudante Edson Luiz, que ocorreu durante a invasão ao Calabouço, acertou em cheio o coração do Brasil".
A passeata dos Cem milApós o assassinato de Edson Luís de Lima Souto, em 28 de março de 1968, realizou-se uma grande manifestação no Rio. Mais de cem mil pessoas estiveram reunidas na Cineilândia, zona central do Rio de Janeiro. Foi o maior protesto ocorrido contra a ditadura militar no país, representando um marco da resistência estudantil durante esse período.
Sexo, drogas e Rock'n Roll
Não só na música, mas nas artes plásticas, no teatro e no cinema, a estética da cultura brasileira transformou-se gradativamente. A preocupação dos artistas era evidenciar a função social das manifestações populares. Mulheres, negros e homossexuais buscavam espaços de atuação e, desta forma, se organizaram para contestar qualquer tipo de preconceito. Nesse período, também entra em pauta a discussão sobre o uso da pílula anticoncepcional e o direito de igualdade entre os sexos.
Inspirados na revolução cubana, os jovens latino-americanos questionavam a sociedade burguesa. Seja através da arte, do uso de drogas ou da liberdade sexual, mostravam-se dispostos a contrapor o sistema e defender a liberdade de escolha e pensamento. Nos EUA, a classe média, cansada das guerras e injustiças, fez eregir o movimento hippie, defendendo a criação de uma sociedade pacifista. A frase, Make Love Not War - Faça Amor Não Faça Guerra - repercutiu por toda América, tornando-se um lema contra a Guerra do Vietinã.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Osmar Schaefer fala sobre Marcuse e Sartre
Contudo, Marcuse não era apenas mais um dos críticos da indústria cultural. Este intelectual militante enganjou-se nas lutas estudantis questionando toda forma de autoritarismo.
Sua crítica a ideologia do progresso era uma forma de se opor a posição dos meios de comunicação norte-americanos, principalmente durante a cobertura da Guerra do Vietnã (1961-1974). Baseado no tripé: filosofia, teoria social e política radical, o pensador entrou em estreita oposição aos seus companheiros de estudo, evidenciando a importância da práxis social.
Jean Paul Sartre: o intelectual militante
"Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim".
Jean Paul Sartre assombrará para sempre as estruturas conservadoras da sociedade contemporânea. Aos 63 anos ele esteve lado a lado com os estudantes franceses nas barricadas de Paris, em 1968.
Sua atuação militante deveria causar constrangimento aqueles que usam a idade como justificativa para uma mudança de postura política. Amante da arte e da vida, dizia que todo o intelectual deve voltar-se para a condição concreta de sua existência, não se deixando aprisionar pela abstração e inércia, próprias do meio acadêmico.
Na foto acima: Sartre está sentado ao lado de Daniel Cohn-Bendit, um dos principais líderes do movimento estudantil na França, em 1968.
No vídeo abaixo: o professor Osmar Schaefer fala sobre Sartre e Marcuse.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Abertura oficial
Na primeira noite do evento, o professor de História Contemporânea da UFRGS, Enrique Padrós, falou sobre "O contexto mundial e o significado de 1968". A palestra foi realizada no auditório do Colégio São José e contou com a presença de um bom público.
Segundo o historiador, "foi um ano onde o mundo inteiro presenciou gritos de mudança e descontentamento, questionando o autoritarismo vigente". Uma época de rupturas, na qual o cenário criado pela Guerra Fria e a proliferação dos meios de comunicação de massa colocavam em xeque a importância da participação popular no processo de transformação social.
Não deixe de participar
Todas as atividades propostas no seminário são abertas ao público em geral. No entanto, para receber certificado, os estudantes devem pagar R$15,00 e os demais profissionais R$20,00.
Programação do Seminário 1968: 40 anos depois
Confira abaixo a programação do evento:
Tarde 14h
CREDENCIAMENTO/INSCRIÇÕES
MOSTRA DE FOTOGRAFIAS SOBRE O CONTEXTO DE 1968
Noite 19h
ABERTURA
O Contexto Mundial e o significado de 68
Prof.Dr.Enrique Padrós História Contemporânea da UFRGS
Cláudio Nascimento Sociólogo
Terça(13/05/08 )
Tarde
14 h. Marcuse, Sartre e os movimentos contraculturais de 68"
Osmar Schaefer Dr. em filosofia
16 h. Filme: 1968: O conflito de gerações
noite:
1968 e a Contracultura nas Américas
Dr. Cesar Guazzelli Profº Historia UFRGS
Quarta(14/05/08)
Tarde
14 h. O Contexto de 68 em Pelotas:
José Luis Marasco
Luis Carlos Lucas
Manoel L.V.S. Coelho
16 h. Filme: AI – 5 (documentário)
Noite:
Primavera de Praga e o Leste Europeu
Tarson Nunes Sociólogo
Quinta(15/05/08)
Tarde
14h. A luta pelos direitos civis e o Movimento Negro nos EUA
Sandro Gonzaga História UFRGS
Noite
A luta dos estudantes do Calabouço no Rio de Janeiro e a passeata dos 100 mil
Elinor Brito (Coordenador da FUEC – Frente Unida dos Estudantes do Calabouço, no Rio em 68)
Sexta(16/05/08)
14 h. O Maio de 68 e a Juventude na Europa
Dra. Anne Wautier Prof. Sociologia ISP
Jaime Wünch
16 h. Filme: Os Sonhadores
Noite
A luta dos estudantes no Rio Grande do Sul: O AI 5 e a repressão na UFRGS
Raul Pont - Historiador