domingo, 25 de maio de 2008

A luta dos estudantes no Rio de Janeiro

Na noite desta quinta-feira (15), o professor Elinor Brito, que em 1968 foi coordenador da Frente Unida dos Estudantes do Calabouço (FUEC) , falou sobre o movimento estudantil no Rio de Janeiro e a forte oposição dos estudantes à ditadura militar.

Ao explicar as motivações de luta dos militantes cariocas, na década de 1960, - o que mais tarde irá culminar na Marcha dos Cem Mil - Brito destaca que, "o movimento estava se mobilizando para exigir a conclusão das obras do restaurante universitário".

O espaço deveria ser destinado aos estudantes cariocas, mas estava por ser apropriado pelos militares, tendo em vista a sua magnitude. O local era tido como estratégico pelo Exército, pois pretendia-se utilizá-lo para realizar uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo Brito, a idéia do governo militar era "reurbanizar a área", utilizando-se da força para expulsar os estudantes do Calabouço.

Assim, foram intensificadas as mobilizações em defesa da manutenção do restaurante como um ambiente público. Por outro lado, mesmo com a resistência dos estudantes para que o lugar não fosse destinado a fins privados, os militares terminaram por destruí-lo.

O impacto desta ação militar repercutiu fortemente em meio ao movimento estudantil, não surtindo o efeito esperado pelo Governo. Ao invés de acabar com a mobilização dos estudantes, tal atitude serviu como combustível, acelerando as lutas pela retomada da democracia. Para Brito, "a morte do estudante Edson Luiz, que ocorreu durante a invasão ao Calabouço, acertou em cheio o coração do Brasil".

A passeata dos Cem mil

Após o assassinato de Edson Luís de Lima Souto, em 28 de março de 1968, realizou-se uma grande manifestação no Rio. Mais de cem mil pessoas estiveram reunidas na Cineilândia, zona central do Rio de Janeiro. Foi o maior protesto ocorrido contra a ditadura militar no país, representando um marco da resistência estudantil durante esse período.

Nenhum comentário: